O silêncio
O silêncio que me atormenta também me conforta. Um lago calmo e espelhado que não se move, que nada espera. Basta uma pequena gota de chuva para movimentá-lo por inteiro e despertar a fúria em pequenas e grandes ondas geometricamente calculadas. O silêncio me rouba pensamentos, atrasa minhas ações e me faz reviver ansiedades passadas. O silêncio é bem vindo aqui e agora. Ele é amigo disfarçado, tende a me irritar, mas depois me acalma. Começa agitado, jogando idéias soltas e sentimentos existentes, depois vai retirando um a um, me mostrando uma calma intensa, um momento que aos poucos some, lento e calmo. O silêncio então passa a mão em meus cabelos e me coloca para dormir. Um longo sono negro, que só anseia por beijar a luz do próximo dia.