Plantar e colher

Saiba que tudo nessa vida a gente colhe. É feito planta que precisa de cuidado e alimento, água e um pouco de mimo. Saiba que dessa minha vida eu sei cultivar tudo o que me agrada e vou deixar morrer tudo o que não me render boa colheita.

Vem comigo

Pressa, pra que pressa? Se estou nessa caminhada longa com tudo o que preciso levar e de peito aberto pro há de vir. Vem comigo, você que nada tem a perder nem a ganhar. Vamos gastar nossos pés pelo mundo. Sentir a brisa daqui e de lá. Larga essa mania de achar, que há tempo para tudo e que ele vem depois.O tempo não espera, o tempo não tolera vida espalhada sem sentido. Vamos ver a lua que hoje ela ta grande, do tamanho dos teus olhos a me olhar. Então vem, vem viver cada segundo, vem conhecer esse meu mundo, que nele tem lugar de sobra pra botar de pé uma casinha melhor pra nós dois.

O vento de outubro

Já era tarde quando o vento começou a soprar.
Falava manso trazendo paz e frescor.
Empurrava o mundo para que ele desse mais voltas.
Encaminhava a vida para estações mais felizes.

Diálogo

Ele dizia encurralado pelo mundo: "preciso me encontrar ...ja dizia...cartola".
Eu dizia de peito e olhos abertos: "e eu te perder".

A velha canção

Aquela canção inacabada, guardada na gaveta, já amarelada pelo tempo, que sempre esperou por um fim. Aquele fechamento perfeito, com gosto de vitória e toque de amor eterno. Finalmente, aquela canção encontrou seu destino. Não serve pra ser tocada, não serve pra ser cantada e não deve jamais ser ouvida. Aquela canção é a utopia juvenil. Um sonho patetico de um peito escancarado. Agora só restam cinzas do que foi melodia, o fogo consumiu qualquer vestígio. Agora o vento espalha sentimento e infantilidade por aí.