Como diria Vaquer com seu "estilo Caetano de saia", acordei com as cores passando rápido. Não havia tons pastéis. Era mesmo um momento de fúria encubada. Algo cultivado a anos. Crescendo. Desesperando-se. Acham que tem mais? Não. Foi só isso mesmo. Acabou em 1 minuto. Momento exato em que a realidade veio a tona. Achei divertido mesmo sendo algo abstrato demais. Pensei que deveria relatar essa passagem de personalidades que se deu em instantes de uma manhã sem graça de quarta-feira.
"So once again the thought into my.
And visualize the blood as the life.
Is to bend the wheel of my own kind.
I wish you'd see the hope in my eyes.
All in all sublime on this side.
Then again you'd have to leave this life... behind.
Why I live this way? Who knows.
Why I live this way? He knows.
Is this damnation? Or a beginning?
I'll take "B"."


Agora preparem as cornetas.
Tudo será em grande estilo.
Quero o melhor vinho nesta taça.
Chamem os mímicos e os malabaristas.
Quero cor e música.
Quero vida aqui!
"Eduquem as crianças e não será preciso punir os adultos."


Pitágoras está longe de estar errado quanto a isso.
Frase ideal para estar onde vi... Departamento policial.
Se é que adianta estar lá e não numa escola se fazendo valer da sua essencia.
Brasil... o que é certo sempre está no lugar errado...
No meu jardim uma flor é suficiente.
No meu copo uma gota basta.
Nas minhas roupas uma cor prevalece.
No meu quarto uma hora de sono é muito.
No meu braço uma pulseira é exagero.
Nos meus pensamentos uma ideia é barrada.
No meu prato uma iguaria não entra.
Na minha boca uma palavra é absurdo.
Nos meus olhos uma lagrima é caos.
Quem criou essas regras eu não sei...
Tão pouco concordo com alguma.
O desastre ambulante num mundo inadequado?
Discordo!

Uma vida de racionamento.
Estranho sistema onde até os sorrisos são contados e descontados.
Ainda descubro o perigo que escondo.
É só questão de tempo.

Castelo de areia.

O unico jeito de se entender a fundo as minhas razões de achar que todos, sim... exatamente todos, têm algo de insano é vivendo a minha vida, olhando através dos meus olhos. Transformações a queima roupa não estão satisfazendo os líderes. Lamento que não tenha lhes prporcionado certo grau de adrenalina quanto a isso antes. Acontece quando se domina psicologicamente uma criança e mais tarde fisicamente um jovem. Perderam a melhor parte com tudo isso. Não viram o despertar silencioso da criatura que viveu a pão e água num constante estado de semi-lucidez. Guarde suas lágrimas e perguntas pra mais tarde. Talvez eu até pense em sanar as duvidas, mas jamais em aliviar o choro. Agora vou colocar a musica e aconselho que dancem no ritmo certo.

Início do descomeço.

Enquanto caminhava a passos miúdos pela longa rua, tentava imaginar algo menos dolorido. Sustentava uma esperança de encontrá-lo ainda a meios lençóis. A linearidade dos postes a encomodava assim como aquelas grades molhadas. Tanta umidade, tanto vazio, tanta noite. Estava além do suportável tal cenário. A cabeça não ousava se abster do capuz. Aquele nostálgico gosto de alcool abalava seu estômago. Não ligava para os carros. Nem mesmo entendia a linguagem dos homens. Estava mais uma vez mergulhada no seu fluído, seu mundo perdido regado a sertralina. Conhecia aquela neblina. Tal ausência com mais gosto de saudade. Novamente os olhos estavam manchados assim como a razão. Ela se via abraçada com a abstinência, despencando dez andares dentro de si. Queria ser menina, sabia que era mulher. Precisava das palavras dele com a certeza de que odiaria escutá-las. Não era um bom dia para lições. A cada passo menos presença. Poças trêmulas pareciam dançar ao vento. Mas nada a dominava mais que seus devaneios. Como desejava vê-lo. Complicada revelação. Ela não era mais o bastante para si depois de conhecê-lo. Estava a metros de casa e a séculos da realidade. Concentrava-se em em equilibrar-se no meio fio a pobre Colombia. Carregava tanto peso que a brincadeira ia perdendo a graça. Já não queria um copo de leite quente para passar o frio, ficaria satisfeita com o dueto leite e chocolate somente. Deixava de ser singular. Perdia o Eu. Procuarava o Nós nos bueiros, no ar. Menina de pensamentos contráditorios, suculentos e as vezes amargos. Queria que como em outrora o meio fio a levasse aos lábios dele e não ao palco particular daquele momento. Precisava desligar os holofotes. Estava de frente para a desilusão. O vento mais forte anunciava mudanças ou talvez fosse apenas impressão. Os olhos estavam pequenos. Os pensamentos foram escoando um a um pelo ralo. Matou então a sonhadora, encontrou a sensata e abriu o portão.